segunda-feira, 8 de março de 2010

Marcuschi pela ótica da professora Vania L. R. Dutra (UERJ)

Gêneros textuais
Conforme Marcuschi (2002: 22), a expressão gêneros textuais referem
...os textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sócio-comunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica. Se os tipos textuais são apenas meia dúzia, os gêneros são inúmeros. Alguns exemplos de gêneros textuais seriam: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, reportagem jornalística, aula expositiva, reunião de condomínio, notícia jornalística, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista de compras, cardápio de restaurante, instruções de uso, outdoor, inquérito policial, resenha, edital de concurso, piada, conversação espontânea, conferência, carta eletrônica, bate-papo por computador, aulas virtuais e assim por diante.

Os gêneros textuais são fenômenos históricos profundamente vinculados à vida cultural e social. São manifestações lingüísticas concretas, constituindo textos empiricamente realizados que cumprem funções diversas em diferentes situações comunicativas.
É importante ressaltar que, nos diversos gêneros, realizam-se diferentes modos de organização do discurso (tipos textuais, conforme Marcuschi). É bastante comum que, no mesmo gênero textual, realizem-se dois ou mais modos, havendo sempre a predominância de um sobre os demais. Um texto é, em geral, heterogêneo em relação aos modos de organização do discurso, mas caracteriza-se como descritivo, narrativo, argumentativo etc. de acordo com a seqüência que nele prevalecer. O modo de organização do discurso é caracterizado por um conjunto de traços lingüísticos que formam uma seqüência, não um texto. Assim, podem fazer parte da constituição de um mesmo texto seqüências textuais (modos de organização do discurso) diferentes, mas relacionadas entre si.
Como já mencionado, os modos de organização do discurso fundam-se em critérios intratextuais (lingüísticos e formais). Os gêneros, por sua vez, em critérios extratextuais (sócio-comunicativos e discursivos).
Os chamados tipos textuais (Charaudeau, 1992) ou domínios discursivos (Marcuschi, 2003) geram inúmeros gêneros textuais: o tipo epistolar, por exemplo, gera cartas, bilhetes, e-mails etc. (gêneros). Considerando-se a especificidade de cada situação comunicativa, entretanto, e com base nos critérios de ação prática, circulação sócio-histórica, funcionalidade, conteúdo temático, estilo, um gênero pode apresentar, e geralmente apresenta, subgêneros. No caso da carta (gênero), por exemplo, temos como subgêneros: a carta pessoal, a carta comercial, a carta de recomendação, entre outras.
Os vários gêneros textuais apresentam características formais e lingüísticas muito distintas. Escrever um conto é muito diferente de escrever uma reportagem ou um texto de opinião, por exemplo.
Cada um dos gêneros tem uma finalidade bastante específica, por isso apresenta características muito particulares. Assim, é preciso que o professor, em cada um dos casos, oriente diferentemente o aluno, para que o texto produzido seja satisfatório.

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